“Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor há de acolher-me” - Salmos 27:10

Sacramentos

“Na Eucaristia, nós partimos o único pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre”
Santo Inácio de Antioquia.

 

A Eucaristia, cuja matéria é pão de trigo e vinho da videira, misturado com um pouco de água, de tal forma que a água se dilua no vinho: pois a água significa o povo, que é incorporado a Cristo. Com outro pão que não seja de trigo e com outro vinho que não o da videira não se pode celebrar este sacramento. A forma deste sacramento são as próprias palavras de Cristo (cf. Mt 26, 26.28), que disse: Hoc est corpus meum; e Hic est calix sanguinis mei, novi et æterni testamenti, mysterium fidei, qui pro vobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum: porque é o sacerdote quem, falando em pessoa de Cristo (in persona Christi), celebra este sacramento. O ministro, pois, deste sacramento é o sacerdote, e nenhuma outra pessoa pode consagrar o corpo de Cristo.

Existem sete ordens, a saber: o presbiterado, o diaconado, o subdiaconado, o acolitado, a ordem do exorcista, do leitor e do ostiário. O clericato não é uma ordem, mas certa profissão de vida feita por aqueles que se entregam ao ministério divino (1).

O episcopado, por sua vez, é mais uma dignidade do que uma ordem (2). A matéria deste sacramento é aquilo material por cuja entrega se confere a ordem: assim, o presbiterado se confere pela entrega do cálice, e qualquer ordem é conferida pela entrega daquele objeto que pertence principalmente ao ministério de tal ordem (3).

A forma deste sacramento é assim: Accipe potestatem offerendi sacrificium in Ecclesia pro vivis et mortuis; e o mesmo se há-de dizer nas ordens semelhantes. O ministro deste sacramento é o Bispo, que confere as ordens. O efeito deste sacramento é o aumento da graça, a fim de que o se torne digno ministro de Cristo.

"A Igreja crê e confessa que, entre os sete sacramentos, há um, especialmente destinado a reconfortar os que se encontram sob a provação da doença: a Unção dos enfermos: «Esta santa unção dos enfermos foi instituída por Cristo nosso Senhor como sacramento do Novo Testamento, verdadeira e propriamente dito, insinuado por São Marcos (120), mas recomendado aos fiéis e promulgado por São Tiago, apóstolo e irmão do Senhor» (121) - CIC 1511

"O Sacramento da unção dos enfermos antigamente era chamado de “extrema unção”, unção que se fazia unicamente em condições extremas de perigo de morte. Era a unção em casos extremos. Essa terminologia e conceito foi mudado pelo Concílio. Sobre esse sacramento, nos aponta a Constituição Sacrosanctum Concilium nos números 73-75, dizendo assim:"

Penitência, cuja quase-matéria (quasi materia) são os atos do penitente, que se chamam as três partes da penitência. A primeira delas é a contrição de coração, a qual consiste em que o homem se arrependa do pecado cometido e se proponha não tornar a pecar. A segunda parte é a confissão oral, que consiste em que o pecador confesse ao seu sacerdote todos os pecados de que tenha lembrança, e isto integralmente, não os dividindo entre diversos sacerdotes. 


A terceira parte é a satisfação pelos pecados, segundo o juízo do sacerdote, a qual se cumpre sobretudo pelo jejum, pela oração e pela esmola. A forma deste sacramento são as palavras da absolvição que o sacerdote profere quando diz: Ego te absolvo. O ministro deste sacramento é o sacerdote que tenha autoridade, seja ordinária ou por delegação do superior, para absolver. O efeito deste sacramento, por sua vez, é o perdão do pecado.

É contrário a este sacramento o erro dos novacianos, que dizem que o homem que peca depois de receber o Batismo não pode, pela Penitência, alcançar o perdão. Contra eles se diz: “Lembra-te, pois, donde caíste. Arrepende-te e retorna às tuas primeiras obras” (Ap 2, 5). 

A Crisma ou Confirmação, cuja matéria é o crisma feito de óleo, que significa pureza de consciência, e de bálsamo, que significa odor de boa fama, abençoado pelo Bispo. A forma deste sacramento é assim: Consigno te signo crucis, et confirmo te chrismate salutis, in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti.

O ministro deste sacramento é somente o Bispo. Não é, pois, permitido ao sacerdote ungir os confirmandos na fronte com o crisma. O efeito deste sacramento é que, nele, se dá o Espírito Santo como força (ad robur), tal como ele foi dado aos Apóstolos no dia de Pentecostes, a fim de que o cristão confesse corajosamente o nome de Cristo. E é por isso que o confirmando é ungido na fronte, na qual reside a vergonha, isto é, para que não se envergonhe de confessar o nome de Cristo, e muito menos a sua cruz, que é escândalo para os judeus e loucura para os gentios (cf. 1Cor 1, 23): e por causa disso são marcados também com o sinal da cruz.

Acerca deste sacramento há o erro de alguns gregos, que dizem que o simples sacerdote pode administrar este sacramento. Contra eles se diz (cf. At 8, 14ss) que os Apóstolos enviaram os Apóstolos Pedro e João, que impunham as mãos sobre os que haviam sido batizados pelo diácono Filipe, e recebiam estes o Espírito Santo. Ora, os Bispos estão na Igreja no lugar dos Apóstolos, e no lugar daquela imposição de mãos se dá na Igreja a Confirmação.

O que é o matrimônio? Por quê casar-se? É para sempre? Que significa que o matrimônio é indissolúvel? "Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do Matrimônio, Deus, por assim dizer, «espelha-se» neles, imprime neles os seus lineamentos e o caráter indelével do seu amor. O matrimônio é o ícone do amor de Deus por nós”.

Papa Francisco, Audiência, 2 de abril de 2014.

 

O Pontífice partilhou com as 250 pessoas presentes, algumas reflexões sobre o matrimônio, "pois na Igreja e no mundo existe uma grande necessidade de redescobrir o significado e o valor da união conjugal entre homem e mulher, sobre a qual se funda a família. Um aspecto certamente não secundário da crise que afeta muitas famílias é o desconhecimento prático, pessoal e coletivo sobre o matrimônio".

"O matrimônio, segundo a Revelação cristã, não é uma cerimônia nem um evento social, nem uma formalidade e nem mesmo um ideal abstrato: é uma realidade com a sua consistência precisa, não «uma mera forma de gratificação afetiva que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um»", disse o Papa.

O Batismo vem da palavra grega Baptismós e do latim eclesiástico Baptismus cujo significado é imersão.

A Igreja festeja o Batismo do Senhor Jesus, marcando o início de sua missão de Salvador da humanidade e anúncio do Reino de Deus. Este batismo ilumina também o nosso batismo, pois ele nos torna filhos e filhas de Deus Uno e Trino. Jesus disse para os seus discípulos para irem ao mundo, fazerem discípulos seus com o compromisso de realizarem o batismo em nome de Deus Uno e Trino (Mt 28,20). Nós somos chamados a viver o nosso batismo que é a porta de entrada na vida eclesial e de todos os sacramentos.

Na preparação ao Messias que deveria vir, João batizava com água o povo, mas ele mesmo disse que viria aquele que é mais forte do que ele, do qual ele não era digno de desamarrar a correia de suas sandálias (Jo 1,27). Quando Jesus foi batizado por João o Espírito Santo desceu nele em forma de pomba e a voz do céu que lhe disse que Jesus é o seu Filho amado, na qual o Pai põe o seu bem-querer (Lc 3,15-16; 21-22). O batismo de Jesus ajuda-nos a viver a nosso batismo.